segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Praça João Pessoa: lembranças, história e transformações

A Praça João Pessoa, antiga Santa Cruz, é uma das mais lindas de Itabaiana, está situada no centro da cidade com casas residenciais e lojas comerciais. Recentemente, a Praça foi revitalizada e as lembranças afloraram na minha memória, de como era antigamente e as mudanças que ocorreram em cada reforma até os dias atuais.

     Nasci e morei na Praça por 25 anos, de 1961 a 1986 e passei a maior parte da minha infância e adolescência brincando nela com meus irmãos e amigos. As brincadeiras eram as mais variadas possíveis como pega-pega, jogar bola, mãos ao alto, esconde-esconde, pular corda, bola de gude,  furão, pim barra, queimado. Brincávamos mais pela tarde e à noite já que a maioria estudava pela manhã no Grupo Escolar Guilhermino Bezerra, situado na mesma.

     Antigamente, a Praça era de areia, tinha eucaliptos plantados ao seu redor e dividida em duas partes. No centro de cada parte tinha uma construção, um coreto em frente ao Cine Santo Antônio, atualmente o Supermercado Nunes Peixoto e um chafariz, em frente ao Banese, onde as pessoas enchiam suas latas de água para levar as suas casas, pois quase não existia água encanada em Itabaiana, e que permanece no mesmo lugar. Também existia a bomba de gasolina de Seu João Marcelo, atualmente um prédio de lojas comerciais no térreo e um Restaurante na parte superior.

     Até quase o final da década de 60, a principal atividade desenvolvida na Praça era a festa de Natal, onde os itabaianenses se divertiam nas barcas, onda, trivoli, balanços e jogos para ganhar goiabadas. Posteriormente, a festa foi transferida para a Praça Etelvino Mendonça. Também tenho lembranças de outros eventos realizados na Praça como os espetáculos circenses, principalmente do circo de Zé Bezerra; a apresentação de luta livre com Ted Boy Marino, lutador e ator do Programa Os Trapalhões; do desportista que passou três dias e três noites rodando na bicicleta sem parar, a não ser para fazer as necessidades fisiológicas e do homem que puxou com os dentes um jipe amarrado a uma corda, entre outras.

     Em 1969, foi construído um parque infantil em frente ao Grupo Escolar Guilhermino Bezerra, atualmente onde está o quiosque do Açaí. Brinquei muito com meus amigos de infância Givaldo, Luiz, Jairo, Carlos Alberto, Saul, Zé Almir, Josiel, Flauvinaldo, entre outros. O parque era cercado por alambrados e tinha um guarda que abria pela manhã e fechava no final da tarde.

     No início da década de 70, na administração do Prefeito Vicente Machado, a Praça foi reformada com a divisão em canteiros, novas árvores foram plantadas, colocados vários bancos de granito e construído o monumento Apolo 11, substituindo o coreto. Entre os canteiros continuou predominando a areia. No lado oposto ao Grupo Escolar Guilhermino Bezerra foi organizado um ponto de táxi, o qual existe até os dias atuais.

     Entre as casas construídas ao longo da Praça, as residenciais sempre foram predominantes, mas casas comerciais foram surgindo ao longo do tempo, transformando-a em um centro comercial, das mais antigas como os hotéis 8 Irmãos e o de Tancredo, o escritório da Empresa Senhor do Bonfim, o prédio da Telergipe, a bodega de Tonho cacetinho, o bar de Dedé até as mais recentes como o restaurante o Terraço, o  BANESE, Supermercado Nunes Peixoto, Joalheria o Garimpo, a Visótica By Brasil, a Drogaria Preferencial, entre outras.

     A Praça João Pessoa foi privilegiada por ter tido entre seus prédios o Cine Santo Antônio, cinema do Padre, que foi administrado por muitos anos pelo empresário José Queiroz da Costa, e a Rádio Princesa da Serra AM, instalada na parte superior do cinema em 1978. Milhares de pessoas eram atraídas para assistir as apresentações cinematográficas ou  conhecer as instalações da rádio e seus radialistas. Atualmente, a Rádio Princesa da Serra AM está localizada na Rua 13 de Maio, no prédio do antigo cinema popular.

     Diversas famílias moram ou moraram na Praça ao longo dos anos e posso dizer que conheci quase todas, nos meus 53 anos de vida como morador e frequentador, já que minha irmã Lourdes continua morando na mesma, entre elas, a de Gerusa, Lia, Zefinha Amaral, Teixeira, Timbeu, Lourdes, Zenaide, Helena Lobo, Messias Peixoto, Juraci, Antônio de Elizier, Porcínio, Raquel, Zequinha Ourives, João Marcelo, Banderola, Eronildes, Flávio, Marinho, Luiz, Zeca Titia, Maria Pereira, Lafaiete, Olívio, Vicente Machado, Mozart, Juca Monteiro, Álvaro Fonseca, Heleno da padaria, Tancredo, Josuel, Samuel, Ioiô, Joza, Tonho de Rosa, Zeça Merrê, Pedrinho, Genário, Chico da mansinha, Josias Costa (meu pai), Américo, Carminha, Tonho cacetinho e outras que porventura tenha esquecido.

     No início da década de 90, na administração do Prefeito Luciano Bispo, a Praça teve uma nova reforma que mudou sua estrutura, a começar pelo piso, o qual foi colocado pedras portuguesas, foram construídos novos canteiros e dois quiosques, bancos de madeiras substituíram os de granito e o monumento Apolo 11 recebeu uma fonte luminosa.  O trecho da Rua que ficava entre o Grupo Escolar Guilhermino e a Praça foi transformada em um espaço de passeio com canteiros e bancos. A iluminação foi totalmente modificada.

     No final de 2014, na administração do Prefeito Valmir de Francisquinho, a revitalização da Praça foi concluída com várias mudanças em sua estrutura, principalmente na diminuição do seu espaço físico para a criação de estacionamentos para carros e motos e favorecendo a melhoria do trânsito no centro da cidade. A iluminação foi ampliada, o piso totalmente trocado, os quiosques reformados, foram criados dois pontos de mototáxi, instalado um caixa eletrônico da Caixa Econômica, manutenção do ponto de táxi e da banca de revistas. Em breve, será concluído no espaço da Rua que separava as duas partes da Praça, um parque infantil e a implantação de aparelhos de ginástica para a realização de atividades físicas.

     Com a revitalização, a Praça está mais bonita e passou a oferecer melhores condições para as pessoas se deslocarem ao centro da cidade e realizar atividades físicas e de lazer, como a caminhada, tão necessárias para à melhoria da saúde dos itabaianenses.


Por Professor José Costa

domingo, 28 de dezembro de 2014

Lembranças das festas de Natal em Itabaiana

A época natalina me traz boas lembranças das festas de natal e ano novo que fizeram parte da minha infância, juventude e provavelmente da maioria dos  itabaianenses e circunvizinhos que nasceram há 30, 40, 50 anos. As festas eram realizadas na Praça João Pessoa, antiga Santa Cruz, a partir da década de 60 e na Praça Etelvino Mendonça, atualmente de Eventos, a partir da década de 70.

     As melhores lembranças das festas e que não saem da minha memória são das diversões, comidas, jogos, músicas e das apresentações da Chegança Santa Cruz de Zé de Binel. Pelo lado religioso, a principal comemoração do nascimento do Menino Jesus era a Missa do Galo na Igreja Matriz de Santo Antônio e Almas na véspera do Natal. As festas começavam a tarde e se estendiam até a madrugada.

     As diversões eram simples, mas divertiam as pessoas como as barcas, especialmente as de meu pai, Josias Costa (in memorian); os carrinhos para as crianças menores; o trivoli com os cavalos; os balanços e principalmente a onda, ponto de paquera entre os jovens. Em 1977, meu primo Zé Costa (in memorian) comprou e armou uma roda gigante na praça, no ano seguinte ele adquiriu outras diversões e formou o parque São José, o primeiro de Itabaiana.

     Para animar as festas, existia um serviço de som que tocava as músicas de sucesso da época oferecidas às pessoas presentes e também servia para mandar recadinhos de paqueras ou fazer brincadeiras com os amigos. O serviço de som foi realizado ao longo dos anos por João de Deus, Bicudinho e Xavier, todos bastante conhecidos pelos itabaianenses.

     Nas festas, existiam comidas para todos os gostos. Geralmente, os adultos e jovens dirigiam-se para os bares armados ao longo da praça e ingeriam bebidas alcoólicas e refrigerantes, além de comer caranguejos e outros petiscos. As crianças se deliciavam com algodão doce no palito, pipoca, rolete de cana na taboca, pirulito no tabuleiro, arroz doce, sorvete de ki-suco feito na hora, espetinho de carne com salada, pastel e coscorrão com o acompanhamento do gostoso ki-suco na garrafa de refrigerante, servido a temperatura ambiente.

     Muitas pessoas só iam para a festa com o objetivo de jogar, principalmente os homens, pois enquanto as mulheres colocavam os filhos para se divertirem nos brinquedos, eles tentavam ganhar dinheiro ou brindes nos jogos, entre eles: as rifas de goiabada, cigarro ou sardinha; lançar argolas para acertar nas notas de dinheiro colocadas em tábuas pequenas ou caixas de fósforos; roleta de números para tentar ganhar dinheiro; tabuleiro colorido onde a pessoa que acertasse a bola de igual cor ganharia um brinde; pescaria de brindes e o bingo Peixoto, que originou o parque do mesmo nome.

     A tradição de ganhar presentes não era como nos dias atuais, ganhar um sapato novo e roupas novas era o maior desejo das crianças e adolescentes, e saiba que a maioria das roupas não era feitas em fábrica e sim por costureiras, como minha mãe, Dona Graça (in memorian), uma das melhores de Itabaiana. A praça se tornava uma passarela para o desfile de figurinos, principalmente pelas mulheres, mas logo uma nuvem de poeira, que era feita pelo caminhar das pessoas encobria todas, e quando voltavam para suas casas às roupas já não mais pareciam novas.

    A ornamentação da praça era simples, geralmente com uma enorme árvore de natal colocada no centro. Cada dono dos brinquedos ornamentava com lâmpadas coloridas ao redor deles, dando um belo visual à festa. 

     Em meados da década de 90, com a construção do espaço para eventos na Praça Etelvino Mendonça, as diversões mais antigas, principalmente as barcas, foram montadas na lateral do Estádio Presidente Médici e o parque ocupou a parte central. A partir desta data, as minhas lembranças já são como pai, pois levava meus filhos às festas sem a presença de alguns brinquedos antigos.

   Nos dias atuais, as festas de Natal e fim de ano são realizadas em casa com a reunião de familiares e amigos para a ceia, troca de presentes e comemoração da entrada do ano novo. Um número bem menor de famílias levam seus filhos para se divertirem no parque, mas infelizmente não  com as diversões, simplicidade e as comidas das festas de Natal dos tempos passados.

   Por Professor José Costa


Créditos da foto: Grupo Itabaiana Grande

Professor Gabriel e o circo de tourada

Na semana passada fui assistir ao espetáculo do circo Irmãos Power e dentre as atrações tinha a tourada, na qual eles enfrentavam os bois numa arena pequena. Neste momento, lembrei-me de uma história que o professor Gabriel (in memorian) contou quando lecionou matemática no Colégio Estadual Murilo Braga.

     Ele descreveu uma situação no mínimo engraçada quando foi assistir a um espetáculo do circo de tourada armado na Praça João Pessoa, no espaço entre o monumento central e o quiosque, de frente ao cine Santo Antônio (atualmente o Supermercado Nunes Peixoto).

     Gabriel, desconfiado que algum boi pudesse fugir  da arena, preferiu ficar na entrada do circo, pois poderia sair rapidamente na sua cadeira de rodas, já que era uma pessoa com deficiência física, e entrar no bar da esquina, onde hoje fica a Joalheria O Garimpo. Pois bem, durante a apresentação o boi enfurecido derrubou o cercado e correu em direção a Gabriel que de imediato deu a volta na sua cadeira e começou a se deslocar com a maior velocidade possível e entrou no bar por umas das portas. Os toureiros correram atrás do boi e conseguiu  laça-lo.

    Após o ocorrido, Gabriel resolveu sair do bar. Foi quando aconteceu algo de fenomenal: a sua cadeira não passava pela porta que entrou, pois era mais larga que ela. Ele não soube explicar como aconteceu, só sabia que a cadeira de rodas tinha entrado pela porta, mas não saiu do jeito que entrou. As pessoas que estavam no bar tiraram Gabriel da cadeira e passaram a mesma de lado. Se foi mentira ou não esta história, eu e meus colegas nunca soubemos, porque quem iria duvidar da palavra de um professor.

      Grande Gabriel, deixou muitas saudades, pois foi um incansável professor, apesar de suas limitações físicas em cima de uma cadeira de rodas, empurrada por professores ou alunos nas dependências do CEMB, já que não tinha rampas apropriadas para seu deslocamento. Gabriel era um entusiasta pela vida contando suas histórias para seus alunos nas aulas de matemática. Saudades!


     Por Professor José Costa

segunda-feira, 7 de julho de 2014

34 anos de trabalho, “cadê” a minha aposentadoria?

O maior sonho do trabalhador é se aposentar depois de vários longos anos de trabalho, seja no setor privado ou no público, contribuindo com o engrandecimento da nação. Mas, com o passar dos anos, está ficando cada vez mais difícil o cidadão comum se aposentar, pois o governo está sempre mudando as regras das aposentadorias, alegando o aumento da expectativa de vida do brasileiro, fazendo com que o trabalhador contribua por mais tempo e aumentando a idade da aposentadoria.

     No dia 09 de Abril de 1980, assinei o contrato de trabalho com o Governo de Sergipe através da Secretaria de Estado da Educação e Cultura, que me autorizava a lecionar aulas de Educação Física no Colégio Estadual Murilo Braga. Nesta época, o professor tinha que contribuir por 30 anos para aposentar-se.

     Com a Constituição Federal de 1988, os professores adquiriam a aposentadoria especial por tempo de serviço após 30 anos para homens e 25 anos para mulheres, independente da idade. Em Abril de 2010, com 30 anos de trabalho, era para eu me aposentar, se esta lei estivesse em vigor, mas continuo até os dias atuais e por quê? Porque de acordo com a Emenda Constitucional 20 de 1998, aprovada no congresso e sancionada pelo Presidente Fernando Henrique do PSDB, o professor do sexo masculino para obter o direito à aposentadoria precisava ter contribuído por 30 anos e a idade de 55 anos, esta lei prorrogou a aposentadoria de milhares de professores por todo o Brasil. A mesma emenda permitia aos professores, através da regra de transição, que estivessem próximos da aposentadoria até 15 de Dezembro de 1998, fossem aposentados com 53 anos de idade e 30 anos de trabalho.

     Em 31 de Dezembro de 2003, o Presidente Lula do PT promulgou a Emenda Constitucional 41 que reduziu ainda mais os direitos previdenciários dos servidores públicos. A Emenda manteve a regra de transição, mas fixou pesado redutor de salário de 3,5% e 5% a cada ano de antecipação, se a aposentadoria fosse antes ou depois de 31 de Dezembro de 2005, respectivamente, para o sexo masculino e feminino. Esta lei obrigou os professores do sexo masculino não optarem pela aposentadoria antes dos 55 anos, a idade mínima.

     Em 5 de Julho de 2005, ainda no Governo de Lula do PT, foi promulgada a Emenda Constitucional 47 que, para diminuir o impacto da EC 41 para os servidores públicos, determinava que a cada ano trabalhado além da idade para aposentar-se haveria a redução de um ano na idade, mas infelizmente esta lei não se aplica aos professores, apesar se sermos servidores públicos.

     Já era para eu estar aposentado em uma das três situações: se a Constituição Federal de 1988 estivesse em vigor, teria me aposentado em 09 de Abril de 2010, com 30 anos de contribuição; em  07 de Julho de 2013, se a Emenda Constitucional 47 valesse para os professores, pois após ter trabalhado de 09 de Abril de 2010 a 09 de Abril de 2013, teria diminuído 2 anos na idade mínima  e me aposentado com 53 anos e em 07 de Julho de 2014, se a Emenda Constitucional 41 estivesse valendo até hoje, já que nesta data completei 53 anos, a idade mínima que requeria esta lei.

     As leis mudaram as aposentadorias dos servidores públicos, e em especial, aos dos professores, mas menos a dos políticos, que continuam especiais.

     O que mais me deixa indignado e revoltado é saber que Deputados Estaduais e Federais se aposentam com salário integral após 3 legislaturas, ou seja 12 anos de “trabalho” e os Senadores após um mandato de 8 anos, e foram eles que aprovaram as mudanças nas leis. Os Governadores e o Presidente que promulgam as leis se aposentam após um mandato, ou seja, com 4 anos de “trabalho”, recebendo o salário igual ao Desembargador Estadual se for Governador e igual ao Ministro do Supremo Federal se for Presidente. Eles mudaram a Lei da aposentadoria dos professores e dos servidores públicos, mas a deles não, deve ser porque eles trabalham muito, ganham pouco e a expectativa de vida deles é baixa. Como diz o ditado popular: “Farinha pouca, meu pirão primeiro”.

     Este ano com as eleições para Deputado, Senador, Governador e Presidente fica difícil em quem votar, é bem capaz, independente de quem sejam os eleitos, que criem uma lei aumentando ainda mais a aposentadoria do trabalhador, enquanto a deles não seja modificada. A maioria dos Políticos e Partidos são “farinha do mesmo saco”, tanto faz PT, PSDB, PMDB e todos os outros P, pois eles não têm compromisso com a população e sim, com os próprios umbigos, familiares e apadrinhados.

     Em respeito aos meus alunos, ao Colégio Estadual Murilo Braga, a minha profissão e ao zelo do meu nome, continuarei trabalhando com respeito, responsabilidade, seriedade, compromisso e dedicação como quando iniciei há 34 anos e sabendo que terei a esperar mais dois anos para me aposentar, e somados serão 36 anos, 2 meses e 29 dias de contribuição e com 55 anos de idade, se os políticos não mudarem a lei até lá.

     Cadê a minha aposentadoria? O gato comeu, ou foram os políticos do PSDB, PT, PMDB... que a comeram?

Por Professor José Costa

domingo, 6 de julho de 2014

Fatos que marcaram a minha vida

Hoje, ao completar 53 anos de vida, tive a ideia de dividir humildemente com amigos e familiares alguns fatos marcantes da minha vida pessoal, familiar e profissional. Como é quase impossível lembrar-me de todos os acontecimentos, vou relatar os mais importantes, memoráveis e inesquecíveis de minha vida, em ordem cronológica:

Em 05 de Julho de 1961, numa Quarta-feira, nasci na casa situada a Praça João Pessoa com os cuidados e trabalho de parto da Cecília parteira. Meus pais Maria da Graça Costa e Josias Costa, já tinham dois filhos, Tonho e Cida, e posteriormente, nasceram Dete e Lourdes.

Tive uma infância brincando e jogando pelada com meus amigos e irmãos na Praça João Pessoa, e passando finais de semana ou tirando férias escolares no sítio do meu tio Zequinha na Fazenda Grande ou no sítio da minha tia Alaíde no Batula.

Aos 7 anos iniciei meus estudos na 1ª série do primário no Grupo Escolar Guilhermino Bezerra. Precisei levar umas chineladas de minha mãe por não querer ir à escola, mas é claro que fui e continuo estudando até os dias de hoje.

Em Outubro de 1972, quando eu tinha 11 anos, meu pai faleceu por motivo de doença. A partir daquele momento, mãe criou e educou os cinco filhos com amor e dedicação. No final do ano, terminei o 4º ano primário.

Em Janeiro de 1973 fiz a prova de admissão para estudar a 5ª série no Colégio Estadual Murilo Braga e fui aprovado, pois era o sonho de todos os alunos itabaianenses.

Em 1976, comecei a praticar basquete nas aulas de educação física com o Professor Romilto Mendonça e foi onde surgiu a paixão pelo basquete que posteriormente marcou a minha vida profissional. Participei dos Jogos Estudantis em Aracaju pela a categoria A de basquete. A melhor classificação da minha participação nos jogos foi em 1979, um honroso 4º lugar, com o professor José Antônio Macêdo.

No final do ano de 1979, concluí o 3º Ano do Segundo Grau, atualmente Ensino Médio.

Em Janeiro de 1980 fiz o vestibular para o Curso de educação física da UFS e fui aprovado, um sonho concretizado, pois desde a 8ª série já tinha decidido sobre a minha futura profissão, ser professor de educação física. Em Abril, um mês após ter iniciado os estudos na UFS, consegui o emprego de professor de educação física no Colégio Estadual Murilo Braga, já que naquela época, o universitário poderia ser contratado pelo Estado. Ainda no mesmo ano, especificamente no mês de Junho, comecei a namorar a aluna Madileide, com quem casei alguns anos depois.

Nos Jogos da Primavera de 1981, ganhei minha primeira medalha como técnico de basquete pelo CEMB, campeão pela categoria A feminina de basquete, disputando a final contra o Colégio Castelo Branco, na quadra da Associação Atlética de Aracaju. Como técnico de basquete, ganhei mais de duzentas medalhas em competições oficiais com os colégios onde trabalhei.

Em 1984 e até meados de 1985 fui coordenador de educação física do CEMB e ao mesmo tempo ensinei basquete. Em 1984, criei a Associação Itabaianense de Basquete para organizar, desenvolver e incentivar a prática do esporte em Itabaiana.

Em Agosto de 1985, conclui o curso de educação física da UFS e recebi o diploma no Ginásio de esportes Constâncio Vieira juntamente com os meus colegas e familiares. Mais um sonho realizado com muito esforço e dedicação, pois no período de 1980 a 1985 eu estudava e trabalhava.

Durante 6 anos namorei com Madileide e em Julho de 1986, nos casamos na Paróquia Santo Antônio e Almas de Itabaiana com as presenças de familiares, amigos e alunos. Neste ano, através de uma ideia minha, a Prefeitura de Itabaiana implantou o Projeto Rua de lazer, nele trabalharam os professores Valtênio, Benjamim, Wilson.

Em Março de 1987, criei o Jornal do Basquete para informar e divulgar as notícias do basquete de Itabaiana.

Em Janeiro de 1988, fui ao colega e amigo Neto, vice-diretor do Colégio Graccho e solicitei o emprego de professor de basquete, fui atendido e trabalhei nesta grande instituição de ensino por 22 anos.

Em Agosto de 1988 nasceu meu primeiro filho, Júnior; em Novembro de 1990, o segundo, Lucas e em Fevereiro de 1992, Thiago, três bênçãos de Deus em minha vida.

 Em Março de 1989, com a indicação do coordenador Cobrinha, Jairton Guimarães, fui contratado pelo Colégio Salesiano para ensinar basquete. Trabalhei por 21 anos e aprendi muito com os ensinamentos de Dom Bosco, grande educaçdor.

Em 1993, recebi o convite de Irmã Auxiliadora para dar aulas de basquete no Colégio Dom Bosco, aceitei e continuo até os dias atuais.

Em 2003, minhas equipes do Colégio Dom Bosco venceram 3 copas sergipana de voleibol em Aracaju e ganhamos o direito de representar Sergipe nos Jogos Estudantis Brasileiro, JEBs, em Brasília. Ao final do ano, a Federação Sergipana de Voleibol, FSV, me escolheu como o melhor técnico de voleibol feminino do Estado.

Em 2006 e 2007 assisti a duas competições internacionais, o Campeonato Mundial de Basquete feminino, em São Paulo e os Jogos Panamericanos, no Rio de Janeiro, respectivamente. Em ambas, meu filho Júnior viajou comigo.

Em 2009, criei o Blog Professor José Costa com muita satisfação e orgulho, e que em breve, chegará a marca de 2 milhões de acessos. Ao final do ano de 2009, pedi demissão dos colégios Salesiano e Graccho por motivos pessoais. Sou agradecido pela acolhida e respeito ao meu trabalho por mais de 20 anos.


Em 2010, recebi o convite de Everton Oliveira para dar aulas de educação física no Colégio O Saber, onde continuo até hoje. Em Julho de 2010, conclui a Pós-Graduação em Gestão Ambiental: Recursos naturais e estratégias de sustentabilidade pela Faculdade Educacional Araucária - FACEAR e do Instituto Superior de Educação Avançada – MASTERIDEIA.

O ano de 2013, foi o mais triste para mim e minha família, pelas mortes da avó de minha esposa, Dona Maria, da minha sogra, Dona Bernadete e principalmente de minha mãe, Maria da Graça Costa, a qual devo tudo que sou. Estas três mulheres de fibra marcaram minha vida e de todos os familiares, pois tiveram uma história de amor, dedicação e exemplo de vida as suas famílias. No mês de Agosto, tive a alegria do nascimento de minha querida netinha, Laisa, a criança mais linda do mundo.

Agradeço a Deus pelos 53 anos de existência e rogo a Ele que continue abençoando e iluminando minha caminhada, concedendo-me muitos e muitos anos de vida para que eu possa contar mais fatos marcantes de minha vida.

José Costa

terça-feira, 24 de junho de 2014

Wilson Cunha, Gia, uma história de vida em prol do esporte

Em Itabaiana, tem homens e mulheres com belíssimas histórias de vida, e uma delas é a de Wilson Cunha, popularmente conhecido como Gia. Itabaianense, desportista nato e político sem mandato na atualidade, mas que já foi vereador, deputado estadual e federal. Gia sempre colocou seus mandatos políticos em prol do esporte, principalmente do futebol e futsal.

Wilson da Cunha é filho de Antônio Francisco da Cunha e Joana Perpétua da Cunha, nasceu no povoado Água Branca, Itabaiana-SE, em 10 de Agosto de 1951. Com 1 ano de idade veio morar na cidade na Rua Nova. Cursou o antigo primário na escola de Maria Branquinha e da 5ª série até o 3º ano no Colégio Estadual Murilo Braga, onde se interessou pela prática de futsal nas aulas de educação física com os professores Ronaldo Lima e Manoel da Costa.

Ainda jovem, Gia começou a praticar e ter a paixão pelo futsal na quadra do GLEI, localizado na Rua Antônio Dutra, atualmente a loja de M Sobral.    

Em 14 de Setembro de 1972, Gia fundou o Coritiba Football Clube com suas cores, nome, escudo e uniforme em homenagem ao Coritiba do Paraná. Gia formou a primeira equipe do Coritiba com atletas que estudavam no CEMB e participou de vários campeonatos de futsal no GLEI, inclusive com ele jogando ou sendo dirigente. Na mesma época, o Coritiba disputou vários campeonatos em Aracaju representando a cidade de Itabaiana.

Na década de 80, houve uma rivalidade muito grande no futsal de Itabaiana entre Coritiba e Independente, as duas equipes da cidade, que disputaram alguns campeonatos sergipano promovidos pela FSFS. Inclusive, essa rivalidade ocorreu também no basquete, onde ambas as equipes participaram do campeonato serrano em 1988 e 1989. As disputas do futsal eram realizadas no Ginásio do SESI e as do basquete no Módulo esportivo.

O Coritiba foi heptacampeão sergipano de futsal, entre 1993 e 1999, participou de três campeonatos brasileiro de futsal, conquistou os títulos da Copa do Nordeste em 1992 e da Copa Norte-Nordeste de futsal em 1998. Atualmente, o Coritiba está afastado das quadras de futsal. Gia, por diversas vezes, atuou como técnico do Coritiba de futebol e futsal quando o clube não estava fazendo boas campanhas nos campeonatos e conseguiu obter vitórias memoráveis pelo seu conhecimento e amor ao esporte.

No futebol, o Coritiba conquistou o título de campeão da segunda divisão do campeonato sergipano em 1999 e 2013, foi vice-campeão da primeira divisão do sergipano e também participou da Copa do Nordeste de futebol em 2000. O Coritiba foi campeão do Campeonato Sub-17 de futebol, em Cascavel-Paraná, em 2005. Atualmente disputa a primeira divisão do Campeonato sergipano. O mando de campo dos seus jogos de futebol é no Estádio Presidente Médici e tem como sede o Módulo Esportivo de Itabaiana. Gia tem um grande mérito como desportista, o de colocar um segundo time de futebol na cidade e representá-la no campeonato sergipano, visando dar oportunidades e um futuro melhor aos jovens itabaianenses através do futebol.

O primeiro mandato político de Gia foi como vereador em 1983 e reeleito em 1988. Em 1990 foi eleito deputado estadual e em 1994, eleito deputado federal. Wilson Cunha também foi Secretário de Articulação com os municípios no Governo de Albano Franco. Em sua vida pública sempre utilizou os seus mandatos em prol do esporte, apresentando projetos ou cobrando dos governos uma política de incentivo ao esporte.

Como vereador indicou a construção de várias quadras esportivas e campos de pelada no município, chegando a construir um campo de futebol no povoado Cajaíba com recursos próprios, favorecendo a juventude da comunidade.

Como deputado estadual indicou a reforma, ampliação e calçamento do Estádio Presidente Médici e solicitou a construção do Ginásio de esporte José Milton Machado, o Miltão, ao governo do estado.  Patrocinou algumas participações do Colégio Estadual Murilo Braga nos Jogos da Primavera.

No mandato de deputado federal, ele foi integrante da comissão de esporte da Câmara Federal e participou da audiência pública com o Ministro do Esporte Edson Arantes, Pelé, onde solicitou a construção de um centro esportivo em Sergipe que atendesse a todos os esportes. Foi Gia que indicou e conseguiu os recursos financeiros para a construção da Escola Agrícola de Itabaiana com um campo de futebol anexo à instituição. Ele também administrou o Estádio Presidente Médici e o Ginásio de Esportes José Milton Machado, o Miltão.

Desde 1994, o Governo do Estado cedeu como comodato às instalações do Módulo Esportivo de Itabaiana a Wilson Cunha, pois estavam abandonadas durante 6 anos. Com recursos próprios reformou a sede, o campo de futebol com aumento de suas dimensões oficiais, a pista de atletismo, murou e arborizou suas dependências que correspondem a 22 mil metros quadrados, oferecendo uma estrutura com qualidade a população.

No Módulo Esportivo, Gia fundou a escolhinha de futebol de campo com crianças da comunidade, realiza diversos campeonatos nas categorias sub13 e sub17, permite a educação física escolar dos colégios municipais e estaduais e a realização dos campeonatos de futebol dos Quarentões e amador da cidade. Por tudo isso, com a administração de Gia no Módulo foi proporcionado à comunidade uma área de lazer e esporte para melhorar a vida do cidadão, pois a mesma ficou esquecida pelo poder público por muito tempo.

Um dos grandes sonhos dos desportistas itabaianenses é a construção de um ginásio esportivo que atenda a toda população, e este sonho será concretizado em breve, pois foi com a indicação de Gia e apoio do Senador Eduardo Amorim que o governo do estado construirá o ginásio de esportes no Módulo Esportivo.

Com uma missão incansável de promover e patrocinar o esporte em sua terra, Gia em sua trajetória de vida é um exemplo de desportista, cidadão e político desprovido de interesses pessoais e promocionais, colocando-se à disposição e contribuindo em projetos esportivos que melhorem a vida de todos os cidadãos itabaianenses.

Com Informações de Wilson Cunha, Gia


Por Professor José Costa